quarta-feira, 21 de outubro de 2009

inquietações


Até bem pouco tempo achava eu, como muitas outras pessoas acham, que às pessoas de fé, não era permitido admitir ter depressão...
pensava, hoje não penso mais e vejo que esta coisa está acima de nossa fé, é enfermidade sim. Lógico que a fé é um auxilio para a cura, mas não são somentes os ateus quem podem ficar doentes...encontrei este artigo no sit da canção nova e gostei muito, daí, resolvi compartilhar...

Depressão e fé
Religiosos também são atacados por esse mal


Uma das doenças mais comuns nos nossos dias é a depressão, que é o tema deste artigo. Vamos tentar desmistificar alguns tabus até hoje presentes na mente e no coração de muitas pessoas. São eles:

1. Um homem de verdade ou uma mulher forte não ficam deprimidos, pelo menos, não por muito tempo.

A verdade: Depressão não é a manifestação de uma imperfeição de caráter ou de uma fraqueza humana. Aquele que está em luta contra esse distúrbio não é um indivíduo fraco ou emocionalmente frágil.

2. Uma fé sólida afasta a depressão.

A verdade: A crença de que religiosos não são “atacados” pela depressão – e de que devem desconfiar de sua fé caso o sejam – é tanto quanto cruel como o primeiro mito relatado acima. Admite-se que padres, religiosos e pessoas altamente crentes e religiosas possam sofrer de pressão alta, diabetes, esclerose, entre outras enfermidades, e não se percebe que a depressão é uma perturbação grave da saúde tanto quanto os outros males citados o são. E o é até mais, tendo em vista que ela não afeta só o físico, mas toda a fisiologia do paciente, ou seja, todo o funcionamento do corpo – tanto na parte biológica como na mental. Percebendo este aspecto da doença, podemos entender por que razão as pessoas depressivas sentem seu relacionamento com Deus enfraquecer-se.

Tenhamos em mente que:

1. A depressão não é simplesmente um “mau dia”, mas sim, uma grave doença mental;

2. A depressão não está associada com a intensidade da fé. Qualquer pessoa pode se tornar vítima de suas garras hostis.

Três fatores se entrelaçam e podem determinar o surgimento da depressão, são eles:

1. Genética: a história familiar de pacientes depressivos revela que seus parentes biológicos sofrem ou sofreram de depressão, havendo, portanto, uma predisposição ao desenvolvimento da doença.

2. Estresse: tão comum em nossos dias é uma força propulsora que – agrupada a outros fatores – pode desencadear a depressão. O estresse é potencializado por fatores tais como: baixa auto-estima, preocupações financeiras ou profissionais, problemas de relacionamento, conflitos psicológicos e mudanças de vida significativas.

3. Tristeza: quando sentimentos como tristeza, solidão, rancor, pesar por perdas são guardados, estes vão se avolumando de forma a se tornarem “tóxicos” à nossa alma e ao nosso corpo. É como um vulcão que guarda dentro de si, até mesmo por séculos, substâncias destrutivas; e quando menos se espera ocorre a erupção. No caso do ser humano, essas “substâncias” são as mágoas não resolvidas, as perdas não choradas e não reclamadas, que se avolumam e, de repente, (às vezes, não tão de repente assim), se transformam em doenças, como a depressão, por exemplo.

A depressão faz com que muitos desejos cessem, inclusive o de orar.

Os sentimentos de separação, isolamento e abandono, comuns na depressão, intensificam-se quando a pessoa sente que Deus está ausente. A alma sente tanto quanto a mente e o espírito. Embora a pessoa sinta um completo abandono, uma ausência de Deus, este se apresenta naquelas situações em que a pessoa se sente mais fraca, como canal de graça para o outro.

Como a depressão é uma doença, e grave, é necessário que seja tratada. O paciente precisa da ajuda de profissionais. Os médicos psiquiatras e os psicólogos são os mais indicados para tratá-la por serem especialistas no tratamento do aspecto fisiológico e psicológico das perturbações mentais. Justamente porque é preciso haver uma mudança de atitudes.

Encarar a vida assim pode ajudar os deprimidos a saírem desta condição:

- A prioridade número um de minha vida tem que ser minha recuperação;

- Neste momento, estou necessitado de ajuda;

- É necessário que eu me permita lamentar – de maneira plena e desinibida – as perdas que sofri durante a vida;

- É necessário que eu me permita ficar irado;

- É hora de parar de me castigar por falhas reais ou imaginárias;

- Sou mais do que aquilo que realizo, tenho meu próprio valor;

- Devo evitar que meu trabalho venha a se transformar em meu senhor;

- Reconheço minhas limitações. Posso ser instrumento e canal da graça e da cura de Deus, mas salvar pessoas é algo que pertence ao domínio exclusivo de Deus;

- Possuo controle sobre algumas áreas, não é possível controlar tudo e todos;

- Preciso de mais companhia e menos isolamento;

- Preciso parar de ser tão inflexível comigo mesmo.

Concluindo: deixemos de lado os paradigmas de que depressão só ataca pessoas fracas e sem fé. É obrigação nossa – como seres humanos e cristãos – estar sempre atentos com relação às nossas reações físicas, pois o corpo fala, nos dá sinais de como está a nossa saúde mental e espiritual. Por essa razão, fiquemos também atentos às pessoas que estão ao nosso redor e nos procuram, pois podem estar sofrendo caladas, esperando uma abertura de nossa parte, nem que seja uma pequena “fresta”, para falarem de seus sentimentos e suas dores.

Mara S. Martins Lourenço
e-mail: maralourenco@geracaophn.com

3 comentários:

Mari disse...

É, eu tb achava... era coisa do "demônio", não era? rsrs... mas já faz um bom tempo, coisa de anos, andei lendo muito sobre psicologia - pra tentar me entender - e reconstruí esse assunto dentro de mim. Mas a gente não pode confundir qualquer tristeza com depressão. A depressão envolve uma série de sintomas q a configuram. Eu mesma tenho muitos dias onde me encontro triste, deprimida, mas esses estados temporários e oscilantes ñ representam o quadro de depressão em si; pode até existir o risco iminente, e requer atenção e cuidado. O artigo é muito esclarecedor, gostei demais!

Beijoo!

Pati Eça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pati Eça disse...

Tudo que sei que é quase insuportável esse sentimento de angustia e tristeza que ensiste em tomar conta do coração.
É preciso muita força e por incrivel que pareça, fé - rsrsrsrs, pra não cair nessa armadilha