quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Aprender...


Nossa vida é um constante aprendizado, aliás, viver é um eterno aprendizado.
Todos os dias aprendemos coisas novas...esta semana aprendi que bugio é o nome de uma espécie de primata( macaco) em risco de extinção.
aprendi com Clara que cat é gato em inglês e que cachorro? ééé dog! kkkk
Estou aprendendo a dar mais valor aquilo que realmente importa, ter saúde pra trabalhar, criar minha filha, fazer meu amado esposo feliz...
E Esperar menos dos outros, ou quem sabe, até, nem esperar nada. Esse é o meu maior desafio!
Fazer o bem sem olhar a quem.
Ah! estou aprendendo também a falar a verdade, a dizer não quando não quero ou não posso fazer algo, pois não sou obrigada a fazer e não necessito de inventar desculpas ou mentiras...
Estou aprendendo que, se me olho no espelho e estou bem comigo mesmo, a opinião dos outros não me é mais tão relevante quanto antes.
Aprendendo a cuidar melhor de mim... porque estou aprendendo que a felicidade não vem até você, ela já está por perto sempre, você que vai até ela e é por opção.
Eu estou optando por ela, mais uma vez, hoje, quero ser feliz!

terça-feira, 28 de setembro de 2010



Hoje senti saudades...
De pessoas queridas que estão distantes fisicamente, no entanto presentes no coração.
De momentos bons vividos que não voltam jamais e que fizeram toda diferença na vida vivida.
De fases da vida que como o nome diz " Passado" não voltam atrás, o que é infelizmente uma pena.
Da coragem, do destemor que hoje já nem estão mais presentes...
Da época da gestação de minha princesa, que já completa 2 anos e 6 meses...o tempo voa!
Do sorriso sincero, da amizade vista nos olhos, do prazer em compartilhar a vida do outro...
Saudade do que é bom!!!

Saudade


Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, "saudade", só conhecida em galego-português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".
Diz a lenda que foi cunhada na época dos Descobrimentos e no Brasil colônia esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações. Provém do latim "solitáte", solidão.
Uma visão mais especifista aponta que o termo saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica à esperar o retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutriria nostalgia. A gênese do vocábulo está directamente ligada à tradição marítima lusitana.
A origem etimológica das formas atuais "solidão", mais corrente e "solitude", forma poética, é o latim "solitudine" declinação de "solitudo, solitudinis", qualidade de "solus". Já os vocábulos "saúde, saudar, saudação, salutar, saludar" proveem da família "salute, salutatione, salutare", por vezes, dependendo do contexto, sinônimos de "salvar, salva, salvação" oriundos de "salvare, salvatione". O que houve na formação do termo "saudade" foi uma interfluência entre a força do estado de estar só, sentir-se solitário, oriundo de "solitarius" que por sua vez advem de "solitas, solitatis", possuidora da forma declinada "solitate" e suas variações luso-arcaicas como suidade e a associação com o ato de receber e acalentar este sentimento, traduzidas com os termos oriundos de "salute e salutare", que na transição do latim para o português sofrem o fenômeno chamado síncope, onde perde-se a letra interna l, simplesmente abandonada enquanto o t não desaparece, mas passa a ser sonorizado como um d. E no caso das formas verbais existe a apócope do e final. O termo saudade acabou por gerar derivados como a qualidade "saudosismo" e seu adjetivo "saudosista", apegado à ideias, usos, costumes passados, ou até mesmo aos princípios de um regime decaído, e o termo adjetivo de forte carga semântica emocional "saudoso", que é aquele que produz saudades, podendo ser utilizado para entes falecidos ou até mesmo substantivos abstratos como em "os saudosos tempos da mocidade", ou ainda, não referente ao produtor, mas aquele que as sente, que dá mostras de saudades.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O tempo não pára!
Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...

Mário Quintana

Coisas boas para refletir

Primavera

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

HOJE


Havia resolvido não mais me deixar abater pelas intempéries da vida e viver a cada dia buscando ser feliz. Hoje não deu.
Quer saber? Fiquei triste por não ter a coragem de questionar, falar as claras, tirar as dúvidas que estão guardadas em meu coração sobre o que você tem pensado sobre mim.
E se senti esta tristeza é porque de alguma forma você ainda é importante pra mim, sinto sua falta, mas não consegui encontrar a coragem necessária pra desfazer ou refazer este pesadelo que incomoda meus sentimentos, minhas emoções.
Por que você mudou tanto comigo? Sei que também mudei, mas mudei por senti que não tinha mais importância pra você, que você já não precisava mais de mim como eu precisava de você, e como ainda preciso.
Porque você falou e deixou que outras pessoas falassem palavras que magoariam meu coração, por que você me excluiu de sua vida, não me deixou compartilhar suas angustias? Por que você me fez chorar?
Porque você deixou que eu me sentisse uma pessoa que não tinha mais importância pra você. Eu reconheço o que fizestes por mim, e tu, reconheces o que não me deste permissão para fazer por ti?

E daí?


Sabe o que pude perceber hoje?
Sofrimento alheio pode ser muito semelhante ao seu sentimento.
Hoje li um texto que fala sobre a decepção com os amigos, não fui eu quem o fiz, mas conseguiu descrever direitinho o que sentia.
O maior problema é que eu achei que este texto foi escrito pra mim...
E quero dizer que também me sinto traída, descartada e sem valor.
Parece também que tudo o que já fiz, foi por água abaixo.
Eu também compartilhei dores, sofri com as tristezas, procurei saber notícias...e também não ouve quem conseguisse enxergar.
E eu me pergunto, e daí, o que eu posso fazer pra mudar esta situação?
Neste momento, estou sem resposta...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A cada dia...


A cada dia que vivemos, adquirimos novas experiências, sentimentos diferentes, emoções...
Sorrimos com a pureza de nossas crianças, choramos ao saber que um pequeno e indefeso bebê está com problema de saúde e nossa fragilidade humana nos impede de fazer algo, a não ser pedir ajuda ao PAI DO CÉU.
A cada dia... é um novo dia, a ele basta o seu cuidado, porque por mais que tentemos nunca saberemos o que nos reserva o amanhã.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Felicidade...


Andar a procura do significado da felicidade ao meu ver, é anseio de todo ser humano.
Afinal, nosso maior desejo é " Ser feliz". E por mais difícil que pareça, a felicidade está nas coisas mais simples e mais inusitadas...Rever os amigos e saber que eles confiam em nós a ponto de partilhar seus conflitos é motivo de felicidade, porque mostra que mesmo distantes, não perdemos nosso valor.
Poder sentir o apreço de outra pessoa mesmo em circunstâncias indesejadas, em situações de sofrimento, ainda assim, nos faz sentir que a felicidade se faz, por opção, presente na simplicidade, na cumplicidade, na solidariedade. Por isso neste dia de HOJE, estou feliz.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Eu sou Importante


A professora resolveu desenvolver um trabalho com a classe para ver que tipo de impacto o reconhecimento teria sobre a comunidade.
Deu a cada aluno mais três laços e os instruiu para que saíssem e disseminassem a cerimônia de reconhecimento.
Em seguida eles deveriam acompanhar os resultados.
Observar quem homenagearia quem, e relatar à classe dentro de uma semana.
Um dos alunos foi até um executivo Júnior de uma empresa próxima e o condecorou por ajudá-lo no planejamento de sua carreira.
Então, deu-lhe dois outros laços e disse:
- Estamos fazendo um trabalho para a escola sobre reconhecimento. Gostaríamos que você procurasse alguém para homenagear, que o presenteasse com um laço azul, e que lhe desse outro laço para homenagear outra pessoa, disseminando esta cerimônia de reconhecimento.
Em seguida, por favor, procure-me novamente e conte-me o que aconteceu.
Mais tarde naquele dia, o executivo Júnior procurou seu chefe, que, era tido até então como um cara rabugento.
Pediu ao chefe que sentasse e disse-lhe que o admirava profundamente pôr ser um gênio criativo.
O chefe pareceu muito surpreso.
O rapaz, perguntou-lhe se aceitaria o laço azul como presente e se permitia que ele o colocasse.
Seu chefe surpreso disse que sim.
O executivo Júnior pegou o laço de fita azul e colocou-o no paletó do chefe bem em cima do coração.
Ao dar ao chefe o último laço disse:
-O senhor me faz um favor. Receberia este outro laço e o passaria adiante homenageando outra pessoa, o garoto que me deu o laço está fazendo um trabalho para a escola e quer que esta cerimonia de reconhecimento prossiga, para descobrir como ela influencía as pessoas.
Naquela noite, ao chegar em casa, o chefe procurou seu filho de quatorze anos e pediu que se sentasse e disse:
-Hoje me aconteceu uma coisa incrível. Estava em meu escritório e um dos executivos Juniores entrou, disse que me admirava e me deu este laço azul por me considerar um gênio criativo. Então, ele prendeu este laço que diz "Eu sou importante" no meu paletó, bem sobre meu coração...
Deu-me um outro laço e pediu-me que homenageasse uma outra pessoa. Esta noite, voltando para casa, comecei a pensar a quem homenagearia com este laço e pensei em você. Quero homenagear você. Meus dias são muitos tumultuados e, quando chego em casa, não lhe dou muita atenção.
Algumas vezes grito com você por não tirar boas notas na escola e por seu quarto estar uma bagunça, mas de qualquer forma, esta noite eu gostaria apenas de me sentar aqui e dizer-lhe que você é muito importante para mim.
Além de sua mãe, você é a pessoa mais importante em minha vida.
Você é um grande filho e eu amo você.
O sobressaltado garoto começou a soluçar, e não conseguia parar de chorar.
Todo o seu corpo tremia.
Ele olhou para o pai e disse através de lágrimas:
-Papai, eu planejava cometer o suicídio amanhã, porque achava que você não me amava.
Agora não preciso mais.

TRÊS DIAS PARA VER


Por Helen Keller

O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão? Helen Keller, cega e surda desde bebê, dá a sua resposta neste belo ensaio, publicado na Seleções Reader’s Digest, há setenta anos.

Várias vezes, pensei que seria uma bênção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no princípio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão, e o silêncio lhe ensinaria as alegrias do som.

De vez em quando, testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo, perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. “Nada de especial” foi a resposta.

Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tato, encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma pétala ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.

Às vezes, meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos, por apenas três dias.

Eu dividiria esse período em três partes. No primeiro dia, gostaria de ver as pessoas cujas bondade e companhia fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas “janelas da alma”, os olhos. Só consigo “ver” as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos.

Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber, num instante, as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita? Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres, e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam.

Ah, tudo o que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!

O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottish terrier e o vigoroso dinamarquês.

À tarde, daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que, nessa noite, não conseguiria dormir.

No dia seguinte, eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria, assombrada, o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida. Esse dia, eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali, meus olhos veriam a história condensada da Terra — os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.

Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti, pelo tato, as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.

Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria, então, o que conheci pelo tato. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.

A noite do meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico, senão numa esfera restrita ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois, muitas vezes, sinto o compasso da música vibrando através do piso. Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.

Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino. Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.

Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas, talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres — interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.

Da 5ª Avenida, dou um giro pela cidade — vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo, visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos, tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham e compreendê-las melhor.

Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez, haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas acho que, na noite desse último dia, vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.

À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias, eu não teria visto tudo o que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.

Talvez, este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Mas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual. Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.

Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouçam a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tato. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; gozem de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contato fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.

continuando...


— Mas nós somos burros, pamonhas!
— Nós não conseguimos aprender!
— Foi fácil para os heróis da história a busca do tesouro?
— Não, foi muito difícil!
— E eles desistiram?
— Não! Eles continuaram procurando.
— E conseguiram, não foi? Pois nós — vocês e eu — vamos conseguir também! Eu garanto a vocês.
— Nós vamos conseguir!
E começou a batalha: Dona Lúcia foi estudar, foi fazer cursos, foi pesquisar... e descobriu uma verdade maravilhosa: seus alunos não eram pamonhas, eles eram apenas lentos! Aprendiam mais devagar, cada um no seu próprio ritmo! E ela lhes contou o que havia descoberto:
— Tudo na natureza tem seu ritmo, isto é, sua maneira de ser... Existem as águias, que voam alto e longe, acima das montanhas... E os caracóis, devagar, na sua vidinha... Quem é mais importante? Pergunte a Deus... e ele vai responder que, para ele, os dois são iguais, recebem o mesmo amor. Têm papéis diferentes na vida, só isso. Existem as árvores enormes, que vivem centenas de anos... e a grama, pequena e macia. As duas tão lindas! Existe um sol iluminando tantos planetas... e o vagalume pequenino, iluminando um pedacinho de mato. Existem os elefantes e os ratos, as onças e as formigas, as jibóias e as minhocas... Todos no seu ritmo, no seu papel diante da vida! Por isso, a partir de hoje, nesta sala, ninguém vai se comparar com alunos das outras classes, nem das outras escolas. Cada um vai se comparar consigo mesmo... Cada dia, cada um vai perguntar:
— Eu melhorei? Em quê? Estou hoje melhor do que ontem?
Isso é que vai ser importante! Se levar mais tempo, não tem importância. Cada um faz seu tempo. Combinado?
E assim foi. Levou muito tempo. Mas todos aprenderam. Uns mais depressa. Lilito, é claro, foi o último. Mas todos aprenderam. E nunca esqueceram Dona Lúcia.
Os anos se passaram... Lilito foi aprendendo... crescendo... E, quando ficou adulto, sabem que profissão escolheu? Lilito foi ser pesquisador... Ele foi estudar mais sobre educação e sobre o ritmo de cada um. Porque, no relógio da vida, a gente é que faz o tempo.

Lilito, um amor de caracol


Lilito era um caracol, daqueles que moram nos jardins e que são chamados de caramujos. Era um caracol muito bonito. Dava até para rimar... Lilito... bonito. Bonito ele era, mas tinha um problema: talvez por causa do peso da casa nas costas, Lilito fazia tudo devagar... bem devagarinho... Andava devagar... Pensava devagar... Dormia devagar... Vivia devagar. Bem devagarinho...
Ele não sabia pular como grilo, nem voar rápido como a Joaninha. Na hora de brincar de esconde-esconde, até ele contar até dez, todos os bichinhos já estavam cansados de esperar. Demorava demais. Mas o pior mesmo era na escola. Como a sua casa ia junto com ele para todos os lugares, Lilito só não chegava atrasado porque morava bem pertinho, no jardim da escola. Mas o resto...
A professora era Dona Aranha, muito inteligente. Tinha curso de especialização de Teias, feito nos Estados Unidos, e mestrado em Armadilhas, na Europa. Além disso, era ótima em Matemática e Português. Uma boa professora. Mas, enquanto os colegas já estavam na multiplicação, Lilito começava a entender a adição... Seus colegas já liam e escreviam, Lilito ainda nem sabia a diferença entre “b” e “d”! Escrevia dola , quando era bola , e bebo quando era dedo !
Dona Aranha não podia mais esperar, pois atrasaria a turma. Lilito foi ficando para trás... para trás... Demorava para ler, demorava para copiar, demorava para entender! O que fazer com Lilito, um caracol tão devagar quanto bonito?
Desesperada, Dona Aranha conversou com a diretora, e Lilito foi mandado para outra sala... ficou junto com as lesmas e as tartarugas... Mas aquela sala era chamada por todos os meninos da escola de “a sala dos pamonhas”! Sala dos p amonhas! Sala dos melecas! Sala dos burros! Essa era a triste fama daquela classe, e nenhuma professora queria trabalhar com eles... Trabalhar com aquela classe dava fama ruim para as professoras! Isso era o que elas pensavam.
Até que um dia, chegou àquela escola uma professora diferente. D-I-F-E-R-E-N-T-E? Diferente como? Diferente por quê?
Bem... diferente por várias razões. Primeiro, porque era uma minhoca. E minhoca não tem cara de professora. Diferente, porque trazia no rosto um sorriso do tamanho do mundo. Maior que o mundo: um sorriso do tamanho do coração dela! Ela se chamava Dona Lúcia e era a própria luz de alegria, brilhando naquela escola. E ela acreditava que toda criança pode aprender. É só ensinar do jeito certo. E o difícil é descobrir esse jeito! Dona Lúcia fez questão de dar aulas para a sala dos pamonhas !
Quando chegou lá, viu que todos estavam desanimados, com cara de sono, só pensavam na merenda. Eles mesmos não acreditavam que podiam aprender! Sabem o que Dona Lúcia fez? Foi logo contando uma história! Histórias acendem olhinhos no mundo inteiro. E lá também! Os bichos ficaram fascinados, porque ela fazia gestos, imitava vozes, cantava! Que beleza!
Era uma história de gente que queria encontrar um tesouro. Ele estava escondido num lugar cheio de armadilhas, mas todos foram tentando, juntos, até conseguirem. Quando terminou a história, Dona Lúcia disse:
— E vocês? Gostariam de encontrar um tesouro também?
— Mas é claro que nós queremos!, responderam todos.
— Pois nós vamos procurar um tesouro: O tesouro é ler e escrever.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Hoje...


Hoje estou mais feliz...
Percebi que a felicidade está nas coisas simples da vida, no sorriso de uma criança linda que acorda, olha pra você e diz: "Mamãeeeee, eu te amoooo" apertando sua bochecha.
Ser feliz é agradecer por estar vivo, respirando, com saúde, e saber que ainda que você acredite não ter amigos, há um GRANDE AMIGO que sempre está por perto. E que sua presença se manifesta visivelmente nos olhares, no sorriso das pessoas que você gosta, mesmo que penses que elas não gostam de você.E se você gostar sem esperar reciprocidade, já é um bom passo pra evitar frustações e decepções. Decidi que de agora em diante não esperarei mais dos outros, vou fazer minha parte. Hoje, isso me faz feliz.